Como exploramos Angkor com as crianças


O lugar mais difícil que visitamos com as crianças até o momento foi Siem Reap e seus templos. Quanto mais eu lia a respeito, mais eu ficava sem saber o que fazer. Conversei com diversos viajantes - dos que ficaram 10 dias e acharam pouco aos que fizeram tudo em 1 dia e acharam suficiente. Mas eles tinham uma coisa em comum: não estavam com crianças. Para complicar um pouco mais, o termômetro marcava 38 graus.

A melhor maneira de enfrentar esse desafio foi estudar e entender o tamanho da encrenca. Tem o Parque Arqueológico de Angkor, que é onde estão os templos mais populares entre os turistas, o Rolous Group, Banteay Srey, dentre outros menores. Veja mapa abaixo. Decidimos ficar apenas no primeiro, pois já era bastante coisa.
Mapa Angkor. Fonte: Wikipedia ( by Hobe/Holger Behr) 
Compramos o ticket de 3 dias (40US$ por pessoa), que pode ser usado dentro de uma semana. Tem também o ticket de 1 dia (20US$) e o de 7 dias (60US$), válido durante 1 mês. O ticket é intransferível. Sua foto é impressa nele para evitar malandragem dos turistas.





Como exploramos Angkor
Após estudar sobre os templos, decidimos ir de tuk tuk  e começar do menor para o maior (entenda porque fomos de tuk tuk e quais alternativas de meio de transporte nesse post).  Utilizamos o guia apenas no primeiro dia. Leia nossa experiência com guia aqui. Já esperávamos visitar 2, no máximo 3 templos por dia com as crianças. Não recomendo fazer mais do que isso.

Natureza dominando o Templo de Ta Prom (Lara Croft)
Saímos do hotel as 7:30 da manhã para tentar driblar o calor e os turistas. Fomos direto para o templo Ta Prohm, também conhecido como Lara Croft, depois que o filme Tomb Rider (2001) foi filmado lá. 
É impressionante ver a floresta tomar o templo. Raízes “abraçam” as pedras. Os sons e cheiros... Tudo muito lindo.
Tivemos poucas oportunidades para brincar
Achávamos que ia ser um sucesso com o Lucas bancando o explorador. Só que esse templo está passando por uma restauração. Ele pôde escalar poucas pedras. Até rolou um pega-pega, mas a pressão do guia nos atrapalhou. No final, a visita foi muito longa e ficou chato para as crianças.


Saímos de lá já quase exaustos e fomos em direção à Angkor Thom, que significa Grande Cidade. Ganhamos um pouco de energia das crianças ao andar de tuk tuk e fazer um lanchinho.
Entrada menos conservada de Angkor Thom
Terraço dos elefantes
Passamos por alguns templos e tiramos fotos de fora. A entrada de Angkor Thom é fascinante. Um corredor de faces te olhando. Ao lado esquerdo, os deuses. À direita, os demônios. Visitamos rapidamente o terraço dos elefantes, assim denominado por causa das esculturas de elefantes na face leste, e o terraço do rei leproso, nome dado devido à lenda do rei da época ser leproso e da estátua do Deus Hindu Yama (Deus da morte) apresentar características de um leproso. As crianças nem desceram do tuk tuk.




Nossa última parada do dia foi no templo Bayon, conhecido pelas centenas de faces em suas paredes. 
 Lucas chegou meio cansadão, mas logo se animou ao escalar e pular as pedras, brincar de esconde-esconde nas diversas portas, dar tchauzinho pela janela, descobrir as caras nas pedras, etc. Esse templo é legal para as crianças. Após um bom tempo com o guia contando a história de cada gravura, até nós já estávamos cansados. 
Na última meia hora o Lucas foi carregado porque já estava exausto. Voltamos para o hotel às 11:30. A tarde descansamos e aproveitamos para refrescar na piscina (leia detalhes sobre acomodação aqui).



No dia seguinte, decidimos ir para Angkor Wat, o templo mais famoso, ver o sol nascer. As crianças dormiram com a roupa que seria usada no dia seguinte. Nós saímos do hotel um pouco antes das 5 da manhã. Thomas dormiu um bom tempo. Lucas acordou antes de entrar no tuk tuk e ficou o tempo todo acordado. O hotel providenciou gratuitamente uma cesta de café da manhã.
Chegamos lá o céu já estava clareando. Já tinha bastante gente, mas muitas ainda chegavam. Tudo acontece muito rápido. Tiramos nossas fotos e decidimos sentar para fazer um picnic e observar o sol nascer. Lindo demais. No local tem
diversas barraquinhas para vender diferentes tipos de café. Peguei um café com leite (2US$). Você nem precisa ir até lá. Eles trazem até você. Depois do picnic, fomos conhecer o templo por dentro. Foi ótimo porque não estava tão quente e não tinha tantos turistas. Como
anteriormente, teve troca de fralda em cima de pedra e Thomas posando pra foto durante mamada. Lucas também brincou bastante nesse templo. Na parte principal não é permitida a entrada de crianças, nem acompanhadas dos pais. Possivelmente porque os degraus são tão íngremes que seria arriscado. Nesse momento nós revezamos. Enquanto um ficava com as crianças, outro conhecia. Nesse lugar também não é permitido entrar de ombros de fora e de short muito curto (atenção: eles não aceitam cobrir os ombros com lenço). Voltamos para o hotel por volta das 9 da manhã. Ainda tomamos café da manhã e todo mundo dormiu até meio dia. A tarde curtimos a piscina.

Pensamos em voltar outro dia para conhecer mais um templo ou até mesmo subir no balão para ver Angkor Wat de outro ângulo, mas o calor (e a piscina) nos venceu.

Encontramos outras famílias por lá. Vimos alguns pais revezando entre eles, ou seja, enquanto um conhecia os templos o outro ficava com as crianças no hotel ou até mesmo nos restaurantes dos templos. E no nosso hotel tinha 4 famílias viajando juntas e cada dia era um casal que fica com as crianças. Deixar de conhecer patrimônio histórico por causa dos filhos não pode ser desculpa. Vá que você não se arrependerá!

Blogs que nos ajudaram nessa visita (em inglês):

Angkor Wat with a toddler

Observação: Lucas tinha 2,5 anos e Thomas tinha 7 meses quando visitamos Siem Reap

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